O atendimento de um fast-food decadente

Estava eu com uma grande amiga dias atrás e ficamos naquela dúvida cruel, comer o quê, lanche ou comida? Escolhemos por lanche, afinal nenhum dos dois estava com tanta fome. E aí o assunto prosseguiu com aquelas dúvidas de onde comer, eu sem muitas idéias gastronômicas naquele momento e ela como toda pessoa receptiva a uma idéia nova aceitou a sugestão, vamos comer cachorro quente, mais conhecido como Hot Dog…rs
Ela super curiosa pq tinham falado desse lugar e eu como há muito tempo não comia por lá não sabia se aquilo era uma boa sugestão ou se ela odiaria a minha companhia pela sugestão dada, mas seguimos adiante.

Ao chegarmos no local a primeira surpresa: Sem filas. SEM FILAS? FAST FOOD?

Caixa livre, senhor, em que posso ajudá-lo?

Coisa boa deve não ser, mas papo vai papo vem na hora a gente nem se liga tanto a esses “detalhes”, fomos adiante.

Ao chegarmos perto do caixa todos os cardápios estavam juntos, um pouco sujos com aquele histórico de que muita coisa que está ali já já era fazia mais parte do menu, inclusive com alguns pratos do com uma tarja preta por cima.

Vamos em frente…já tínhamos escolhido o que íamos comer, haviam 3 caixas disponíveis, uma pessoa na nossa frente, que era o motoboy da loja trocando altos papos com as três caixas. Em um determinado momento elas nos olharam (pausa para a câmera lenta do olhar das moças nos fitando) e voltaram a conversar com o homem em questão. Minutos depois fomos atendidos.

-Qual o lanche? Pergunta a moça

– Quero um lanche X Y  ou Z (não vou dar a deixa pra vcs não descobrirem qual é o fast food de hot dogs do mercado)

– Qual a bebida?

– Quero uma Coca?

– Coca não tem, tem Pepsi, pode ser?

Pode ser bom, como pode ser muito ruim...

(Pausa para a lembrança do comercial da Pepsi do “pode ser?”, me imaginei em um baita restaurante com o atendimento de excelência, com aquela funcionária sorrindo feito aeromoça e muito feliz por vender um delicioso e saboroso cachorro quente, mas voltando a pergunta da moça…)

– Pode ser.

Minha amiga também foi indagada no pode ser mas ela preferiu outra opção. Sorte a dela.

Finalizamos o pedido e a longa espera para fazer um cachorro quente. Sim, acho que todo mundo consegue fazer um dogão bem saboroso, com aquelas bactérias naturais (pra dar o sabor) e de maneira rápida. Só no tempo esperamos o lanche chegar nasceram umas 300 crianças no Brasil.

E pra finalizar, subimos a escada e fomos procurar um lugar pra sentar. Minha amiga pediu um lugar perto da janela. Tinham tantas variedades de lugar que me surpreendi. Eis que ela soltou o comentário perfeito pra resumir aquele lugar: “Sabe quando você está num lugar, aquele, com aquele chão sujo, aquele clima de decadência, tipo de festa mesmo? Isso aqui está igual”.

foto meramente ilustrativa, mas qualquer semelhança é mera coincidência...rs

O lugar que era febre alguns anos atrás ficou preso no tempo e só esqueceram de avisar que a festa já acabou e que é o momento de as luzes se apagarem. O lado bom disso tudo,?  As amizades superam esses acontecimentos. E foi me apresentado um novo fast food, o Dark Dog.

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2 respostas para “O atendimento de um fast-food decadente

  • Carise

    Nesses momentos você olha para o lado e vem um mini-flash-back de várias pessoas conversando, comendo e dando risada, ao som de música boa. E você tem a plena convicção de que chegou alguns anos atrasados para aquele momento.
    Mas boas amizades superam filmes ruins, bebedeiras vergonhosas, lugares decadentes e altas contas de telefone. Amizade supera tudo!

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